Projeto Democratização da Leitura
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Dill Bucaneira
Dill Bucaneira
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[Conto] Danger Empty [Conto] Danger

Ter maio 22, 2018 4:00 pm
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Prólogo - Lily


"Freddy Woods só queria tomar um trago, agora olhava boquiaberto a moça guardar a faca de volta num elástico na coxa, erguendo a saia como nenhuma moça decente faria, mas provavelmente nenhuma moça de família usaria aquele vestido ou cortaria fora os dedos de um cowboy que tentasse tocar seus dotes... A moça reparou nele e o encarou dizendo:

- O que foi querido? Aqui é o oeste selvagem... Se você não caça, você vira a presa, e eu não pareço uma presa não é?

A mulher terminou de amarrar o sujeito, arrumou o decote e saiu, assoviando enquanto arrastava o homem pela corda, com uma força que alguém do seu porte não deveria possuir... parou perto da porta do saloon, onde estavam os cartazes de procurados e arrancou um, com o rosto de sua “presa” desenhado nele, olhou novamente para Woods e piscou.

- Esse aqui, já foi achado – disse ela com um sorriso e continuou arrastando o sujeito pela rua na direção do escritório do xeriff.

- Eu não olharia muito, rapaz, não se meta com Lily Danger Deveroux – o velho Tagg the Red coçou sua barba ruiva e sorriu, com o ar de quem vai contar uma história. – Oh Gerta! Traz um whisky que o menino Freddy vai pagar.

- Dizem que ela veio lá das bandas da Louisiana, que seu pai era um fazendeiro mas ela fugiu quando era uma mocinha, de uns 16 anos, fugiu pra lutar na guerra, como se fosse um rapaz afoito, ela roubou as pistolas do pai e montou um cavalo que dizem que adora o chão que ela pisa, ninguém sabe o que ela fez pra ser aceita no exército mas dizem que caçou uns desertores e trouxe “as peças deles” para o comandante. “Se não tem colhões aqui”, disse apontando para a cabeça, “não deveriam ter nenhum...” Foi o que ela disse. Ahahahah a moça tem coragem! Parece que nasceu bem na hora que o lobo mais perigoso da região foi encurralado por 20 caçadores, no final, ele acabou com os 20 no tempo de um uivo, era noite de eclipse e o céu ficou negro no momento exato que o lobo uivou e a menina chorou seu nascimento, por causa disso, Lily Danger nasceu perigosa como o lobo e sempre sabe onde achar sua presa. Depois da guerra, ela deixou o exército e anda por aí caçando criminosos em troca das recompensas.

- Isso é baboseira, velho. Ninguém tem esse tipo de poder.

Antes que Tagg the Red pudesse responder, Lily entrou outra vez no Bar, dessa vez vestindo uma calça comprida com perneiras e uma camisa justa, seu rosto parcialmente coberto com um chapéu stetson, sentou num banco de frente para o balcão e colocou 25 centavos sobre ele.

- Boa tarde rapazes, Gerta, uma dose do seu melhor whisky, acabei de receber um trocado.

Olhou para Woods que a observava atento, ergueu a aba do chapéu e piscou novamente:

- E aí querido? Tem feito algo mau ultimamente?"


Jake

- O que está olhando? Isso é meu!

A garota correu e tirou o pequeno caderno das mãos da irmã adotiva.

- Calma aí Jaqueline...

- É Jake...

- Não sei porque insiste nesse nome de menino.

- Minha mãe deu ele pra mim.

- O que é isso?

- Estou escrevendo uma história sobre ela, não é da sua conta...

- Lily Danger Deveroux? É mesmo o nome da sua mãe? Danger? Que tipo de pessoa ganha um nome desses? Ela era tipo uma stripper? E porque ela daria esse nome pra você também? É tão bizarro...

- Você não vai querer descobrir, Samantha.

- Está me ameaçando Jaqueline?

***

- Outra vez, senhorita Deveroux? Como eu sempre acabo mandando você para uma casa nova e você sempre é devolvida tão rápido? Sei que sua mãe morreu há pouco tempo...

- Na verdade já fazem séculos...

- E lá vem você com esse senso de humor, você bateu na sua irmã...

- Ela não era...

- Com licença senhorita...

Jake ouviu uma voz grave interromper a conversa.

- Jennings. – Ajudou a assistente social, bastante desconcertada.

- Senhorita Jennings. – Ele repetiu.

O homem era enorme. Ombros largos, cabelos nos ombros bagunçados de vento e 3 argolas na orelha esquerda, apesar disso vestia um terno como se estivesse indo a algum lugar importante. Ele sorria mas nem o maior sorriso do mundo deixaria aquele homem parecer simpático. E não era por sua aparência. Ele era naturalmente aterrorizante.

- Jake! Como pude esquecer você lá? Aquele hotel maldito, nunca vemos o tempo passar... Tem séculos que não te vejo, te procurei por toda parte...

A garota apenas piscou como se não tivesse entendido direito, sua mente estivera embaralhada depois de sair daquele limbo, já passara dois anos desde então. O homem não se deixou abalar pela falta de resposta.

- Senhorita Jennings, você não sabe como eu estive preocupado nos últimos anos, sou Marte, o pai da Jake.

A mulher ficou ainda mais chocada que aquele homem estranho tivesse dentre todas as possibilidades este nome estranho.

- Meus pais gostavam de mitologia... – ele disse agora mais brusco, a paciência parecia ter acabado. – Você fez um bom trabalho, agora vou levar minha filha.

- Senhor nós temos um procedimen...

O homem estalou os dedos e a mulher se calou, não parecia que ela tivesse sido exatamente calada com mágica ou algo, ela só estava apavorada.

- Não se preocupe, já resolvi a papelada.

O homem pôs a mão nas costas de Jake e deu umas batidinhas que na verdade doeram um pouco, mas a moça não retrucou.

- Você parece a sua mãe. – disse já se afastando da paralisada assistente. - Todos temiam Lily “Danger”, o sonho dela era vencer a guerra, em vez disso, foi pra cama com ela... Comigo.

- O que quer dizer com isso?

- Eu sou a Guerra, criança, eu sou Marte, ou Ares, se você prefere assim.

- E o que vai fazer comigo “senhor guerra” (Jake era rápida, estava pronta pra correr, não importa quantos monstros já tivesse visto, aquele ali parecia bem pior)

- Não adianta correr querida, você vai ficar com uma... amiga, até poder se virar sozinha, ela não vai deixar você morrer antes de viver pra fazer jus ao nome de Ares.

- Minha mãe sempre disse que meu pai era perigoso... Mas nunca me disse que fosse um deus. - Jake sorria de canto com a descrença estampada no rosto.

- Aprenda a reverenciar seu pai e deus, menina! – o rosto dele ficou vermelho e seus olhos brilharam do prata ao rubro como metal aquecido, logo depois ele gargalhou, parecendo relaxar - Você é uma criança da guerra, não poderia mesmo esperar que fosse doce... Venha Jake, tenho um presente pra você...


continua...
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